Diário de Bordo - Expedição Atacama 2011


Essa viagem foi à realização de um projeto estudado com muita expectativa por mim. E que até cerca de um ano atrás se mostrava bem distante, mas aos poucos as coisas foram se ajeitando e o que parecia difícil, complicado e caro, foi se mostrando cada vez mais fácil e possível.
A viagem que relato aconteceu em novembro de 2011, foram 21 dias, 06 Países, seguimos por trechos de alto grau de dificuldade, mas compensado pelas belas estradas que andamos. Ao todo foram 9.800 km, passamos por estradas que mais parecia um freezer, temperatura abaixo de zero grau, as motos utilizadas foi uma DL 1000 Vstrom pilotada por mim, uma Harley Davidosn FX 1600 por Jailson Pimentel (Trilhão) e uma Suzuki BKing pelo Jailton (Xenon)   

DIA 06
DE SÃO PAULO A FOZ DO IGUAÇU
(1048 km rodados no dia) - Acordamos cedo e pegamos a estrada às 5h20min da matina. Cumprimos 1048 km até Foz do Iguaçu, ! Trafegamos quase o tempo todo por rodovias terceirizadas. No Paraná, moto paga pedágio chegar ao hotel Gran VIa, em Foz do Iguaçu, por volta das 18:30 h, depois de 13h00min de pilotagem.




DIA 07
Pela manhã, fomos a Ciudad del Leste, no Paraguai, para comprar umas muambas, e Pneus para as motocicletas, retornamos à tarde, para o hotel aproveitamos para tomar uma cerveja gelada na beira da piscina.



Dia 08
De FOZ DO IGUAÇU A POSADAS -
Saímos depois do meio dia, haja vista tivemos que ficar aguardando o nosso amigo Xenon retornar das Cataratas, seguimos para a fronteira e perdemos mais de uma hora na fila da declaração de bagagem e da aduana. Logo pegamos  Ruta 12,  Abastecemos em Puerto Libertad com gasolina de 97 octanas, Logo após percorrer 200 km a polícia camiñera nos parou e inventou aquela estória que nós estávamos correndo muito etc e tal. Esse posto policial já está ficando famoso por sua especialização em extorquir motociclistas. Depois de muita conversa seguimos viagem por volta das 17:00 horas à menos de 8 km de Posadas o rolamento da roda traseira, da harley estourou, não tivemos nenhum problema em encontrar rolamento, perdemos 1 h para consertar. Após fomos procurar um hotel. 




Dia 09
DE POSADAS A SAENZ PEÑA (ARG) –
Acordamos cedo tomamos um café da manhã e fomos para Ruta 9 debaixo de chuva, rumo à  para Corrientes. As longas retas e o asfalto impecável são inspiração para um festival de bocejos. Passamos em uma ponte maravilhosa (Ponte General Manuel Belgrano) cobre o rio e, do outro lado, a cidade de Resistencia, capital da província do Chaco. Depois de 40 minutos de bobeira, lá fomos nós, retomando a rotina da viagem. O Chaco tem fama de ser um lugar quente pra burro.
A temperatura começou a esquentar a partir de Pampa de los Guanacos, superando os 38 graus.
Chegamos a Saenz Peña por volta das 20h00min.
  

Dia 10
DE SAENZ PEÑNA A SUSQUES.

Saímos cedo de S. Peña em direção a Susques. Nesse dia tivemos grandes dificuldades com relação a abastecimentos em  postos de gasolina era raríssimos os que tinham NAFTA, tinha que enfrentar uma grande fila.  Passamos por Jujuy por volta das 12 h.. A partir de Jujuy a viagem, de fato, tornou-se muito especial. Um trecho fantástico de penhascos e montanhas começa a surgir aos nossos olhos. Tenho a impressão de ter entrado em outro planeta. Passamos  pela cidade de Yala e Reyes, nos arredores de Jujuy. Saímos da rodovia principal e seguimos para Tilcara, na Quebrada de Humahuaca, onde se localiza o sítio arqueológico El Pucará, uma cidade de pedra com mais de 1000 anos, construída pelo povo omaguaca a 2400 m de altitude. Tiramos muitas fotos e fizemos filmagens. O calor superava os 40 graus.

Deixamos a cidade logo após o almoço e seguimos para Purmamarca. Paramos na rodovia em frente ao Cerro de las 7 Colores, um espetáculo de cores à parte nesta viagem. Ali, em Pumamarca, começa a Cuesta de Lipán, onde estão localizados os famosos Caracoles: trecho de aproximadamente 65 km com muitas curvas de até 360 graus, ladeando despenhadeiros que só imaginava existir no cinema. Por ali não dá mesmo para rodar acima dos 60 km/h nas retas, ou 30 km/h nas curvas. 
Fizemos o trecho de hoje com muitas paradas, sem qualquer preocupação com horário. Fotos e mais fotos. 
Pilotamos muitas horas acima dos 4000 m (chegamos a atingir exatos 4800 m) e isso é indescritivel! A mente navega em estado emotivo, aberta às lembranças de muitas épocas.  A mudança muito rápida de altitude não permite ao organismo uma adaptação adequada. O ar, de fato, some dos pulmöes! Chegamos a Susques sem ver um único posto de gasolina desde S. S. Jujuy, cerca de 170 km de rodagem. Susques é um povoado indígena todo construído em tijolos de argila, a 3.600 m de altitude. O frio já era intenso antes mesmo de anoitecer, algo em torno de 4 graus.

DIA 11
DE SUSQUES A SAN PEDRO DO ATACAMA – Saímos depois das 9 h de Susques, esperando o tempo esquentar um pouco. Ainda fazia muito frio pela manhã. Adentramos o Chile por Paso de Jama, onde fica a aduana argentina.
No Chile, o tempo estava ainda mais frio. Chegamos aos 4814 m de altitude logo que passamos da divisa com a Argentina. Paramos para tirar a tradicional foto da placa de fronteira e, alguns quilômetros depois, estacionamos num mirante de pedra que permitia ver a vastidão do altiplano. Ficamos admirados com a beleza de um córrego bastante azul, formado pelo degelo dos Andes.. Vimos montes nevados ao longe.  A rodovia chilena é excelente e muito bem sinalizada. 
Chegamos em S. Pedro depois de descer 2400 num intervalo de apenas 40 km. Saimos dos 4700 m e fomos para 2300 m em menos de 20 minutos. A cidade é precária, com preços abusivos (muito mais que o dobro da Argentina), ruas de terra e areia, repleta de turistas de todo canto.




DIA 12
Em S. Pedro - fomos almoçar depois procuramos uma agência de turismo para pegar informações da região, encontramos com outro brasileiro motociclista de Cuiabá, com uma BMW GS 650, que estavam iniciando o caminho de volta pela Bolívia. Que acabou se juntando ao grupo após informações fomos ao  passeio pelos arredores do Atacama.  Estivemos nos povoados de Socaire e Toconao, no Salar do Atacama, Lago dos Flamingos e para finalizar fomos ver o por do Sol no Vale del Luna (vale da lua).
  





DIA 13
Em S. Pedro do Atacama  - Hoje acordamos às 3 h da manhã fomos  conhecer os Gëiseres El Tátio, a 4300 m de altitude. Foram 2 h de viagem e, quando lá chegamos, fazia 7,5 graus negativos. E bem cedo que se pode ver a pressão da água vindo de debaixo da terra. Formam-se jatos de vapor de tamanhos variados, que podem superar os 30 m de altura. Por lá também havia uma piscina térmica, onde aproveitamos para dar uns mergulhos. O choque térmico quando se sai da água näo é fácil de encarar. Retornamos às 15:00 hs em San Pedro, almoçamos e logo em seguida fomos conhecer o vulcão Lincacabur na Bolívia valeu a pena. Foi necessário se deslocar por muito tempo por estradas de rípio para ver as belezas do vulcão. 






DIAS 14
DE SAN PEDRO DO ATACAMA A LA SERENA

Saímos de S. Pedro por volta das 9 h,  em direção ao Pacífico. Ainda dentro da cidade, fomos parados por um carabineiro (policial chileno). No Chile é obrigatório parar na placa PARE, sempre! Devo lembrar que por aqui o respeito às leis de trânsito é radical. 
Atravessamos a Cordilheira do Sal e margeamos o Vale de la Luna, subindo morro acima. É impressionante a variedade de cenários que nossos olhos estão vendo. Passamos pela belíssima Calama (maior cidade do Atacama, onde vivem trabalhadores das minas de cobre) e pelas ruínas de Pampa Unión, uma cidade toda construída em argila. Coisas que só existem no meio do deserto. Chegamos a Antofagasta por volta das 12 h. Não há como andar depressa por causa dos ventos muito fortes. A moto balança muito. Seguimos pela via PANAM, uma rodovia com uma extensão de mais de 25.700 km que começa no ALASKA e termina no USHUAIA no Chile, passamos pelo monumento da Mão do Deserto, obra do artista Mário Irarrázabal em homenagem aos viajantes da Carretera Panamericana, localizado a 75 km de Antofagasta - sentido Santiago -, exatamente no km 1310 da Ruta 5. Chegamos ao monumento por volta das 15 h, após tirar várias fotos seguimos encontramos um grupo de 08 Brasileiros que alugaram as motos em Santiago e já estavam voltando para devolver as motos e retornarem de avião para São Paulo, chegamos à cidade de La Serena por volta das 18:00 hs, Viagem tranquila, pista em grande parte boa,  onde desenvolvemos uma velocidade cruzeiro de aproximadamente 140 km/h. O cenário desértico continua  paradisíaco. Não existe vida. Só areia e pedra. Há quem diga que os minerais trazem vidas. 





DIA 15
LA SERENA à CHANÃRAL

Tomamos café e por volta das 10:00hs, seguimos rumo a Chanãral, por voltas das 18:00 hs chegamos por ser uma cidade grande enfrentamos congestionamentos, quando estávamos procurando um hotel, a moto do Xenon veio a apresentar defeito, moto aquecendo pegamos informações e fomos direto a uma concessionária SUZUKI, onde fomos bem atendidos, pelo gerente MAURO,  a moto só ficaria pronta no outro dia no final da tarde pois teria que chegar todo sistema de arrefecimento,m bem como um pequeno vazamento de óleo no cabeçote do motor da moto. 


DIA 16

Aproveitamos o dia para descansar descarregar fotos da máquina, fazer troca de óleo das motos, no final do dia fomos buscar a moto, de lá fomos direto para o hotel.

DIA 17

DE LA SERENA À SANTIAGO

Saímos por volta das 10h00minhs chegamos a região de Santiago, Capital chilena. Às 17:00 horas. O trânsito é bem movimentado, mas como aquela gente respeita a sinalização, fica-se impressionado. O pedestre realmente lá anda tranquilo. Ainda no meio de transporte como não mencionar a “auto-estrada” chilena. Tuneis, viadutos fantásticos enobrecem as paisagens da grande Santiago. Sem contar que moto não paga pedágio, até mesmo na Argentina isso acontece. Inclusive numa dessas “Peaje”(praça de pedágio).

DIA 18
Passamos o dia para conhecer alguns pontos turísticos da Capital Chilena, fomos a Plaza das Armas, Palácio do Governo, Centro.

DIA 19
SANTIAGO A MENDONZA
Saindo da cidade de Santiago nos preparamos novamente pra encarar as cordilheiras. Porém, agora sem o problema da altitude e todos os seus malefícios. Encaremos os famosos “caracoles”. Algo pra lá de extraordinário isso tudo. O sonho de ver as cordilheiras com neves, dessa vez foi concretizado. Ao nos aproximarmos da cordilheira somos presenteados com belas paisagens. Ai já se tem a presença constante de pequenos rios oriundos da região das cordilheiras mesmo.
Atravessar os caracoles é algo que eu desejo de coração a toda pessoa, bem como a grandiosidade do local. O brilho muito claro do cume das cordilheiras cobertas de neve dão um significado todo especial.
Após esse trajeto maravilhoso se chega ao assim chamado “túnel do Cristo Redentor”. Um lugar muito lindo, mas que ao atravessar você deixa pra trás o Chile e entra novamente na Argentina. Depois seguimos viagem costeando um rio maravilhoso com belas paisagens que nos acompanhou até bem próximos da cidade de Mendoza – Argentina.




DIA 20
MENDONZA
Nesse local se encontra uma Argentina diferente daquela que se vê no norte, marcado por pobreza e baixo nível social. Encontramos aí um país promissor e muitos outdoor dizendo uma celebre frase “aqui também a nação cresce”.  Grandes construções e infra-estrutura de primeiro mundo de modo especial em Mendoza.
Nessa região também se vê muitas plantações, de modo especial de uva.




DIA 21
MENDONZA A GENERAL DEHEZA
Acordamos tomamos café da manhã fomos ao centro comprar vinho e por volta das 11 horas começava nosso retorno ao local de origem.  A Província de San Luiz ficou marcada em nossas mentes pela auto-estrada.Se percorre uns 500 km onde a estrada é toda iluminada. O trânsito é quase inexistente, chegamos por volta das 20: horas.




DIA 22
GENERAL DEHEZA URUGUAIANA
Tomamos a direção de Rosário, cruzando o Rio Paraná em direção a Victória e cruzando a fronteiro com o Uruguai em Colon / Payssandú .

Dia 23: Compras no Free-Shop de Riveira e retorno a Uruguaiana
Dia 24: Churrasco na sede do Moto Clube 3 Fronteiras em Uruguaiana

 


Dia 25
DE URUGUAIANA A PIÇARRAS SC
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Saímos logo após o café da manhã, optamos pelo caminho mais curto, passando por Santo Ângelo, Vacaria, após BR116, passando por Florianópolis, chegando a Piçarras por volta das 22:oo horas.

DIA 26
Aproveitamos o dia para descansar, ir a um evento de moto que estava ocorrendo na cidade vizinha Penha.
DIA 27

DE PIÇARRAS A SÃO PAULO
Pegamos a Rodovia bem cedo, seguimos pelo BR 116, saímos debaixo de chuva. Quando era 14h00min horas já estávamos em casa.
Por fim digo que a maior limitação das pessoas é à força de vontade. Qualquer moto te leva a qualquer lugar, é tudo questão de tempo, dinheiro e respeito aos seus limites e da moto.

FRANCISCO SOLANO PIMENTEL

Segue abaixo algumas dicas:

- Seguro Carta Verde – é exigido este seguro para motos.
- Cartões de Crédito – as províncias argentinas por onde passamos estão na idade da pedra nesse quesito. Quando se aceita cartão de crédito há acréscimo de 10%.
- Telefonia Celular – Na maioria dos lugares a operadora Tim funciona perfeitamente.
-  Ventos – os ventos são um grande problema para quem viaja de motocicleta. A partir das 15 h os ventos são mais fortes, tanto nos Andes quanto no deserto.
- Distância entre postos de gasolina – outro problema para quem viaja com motocicletas de baixa autonomia. Já havia dito e vou repetir. Tomar cuidado especial nesses trechos: entre Saenz Peñna e Pampa de los Guanacos (Arg) há 155 km sem nenhum posto. Isso se repete entre S. S. Jujuy e Susques (170 km); e entre S. Pedro e o trevo para Antofagasta, conhecido como Oásis (220 km).
i) Rodovias – em excelentes condições.